Tonca declara paixão pela Paixão em Nova Jerusalém



Um sonho de pedra, que virou paixão.

Estive na estreia, no ano passado, do espetáculo Paixão de Cristo de Nova Jerusalém. Sempre é uma grande emoção assistir ao espetáculo da Paixão de Cristo e ver o sonho de Plínio e Diva Pacheco, que fizeram o maior teatro ao ar livre do mundo, com 70 torres de 7 metros cada e 3.500 metros de muralhas de pedra, a cada ano se repetir.

Encontrar Robinson Pacheco, Coordenador Geral da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, já na companhia de um filho, que já vem treinando, é motivo de muita alegria.

Comentei com ele a minha admiração pela história de José do Egito, que teve 2 filhos, Manassés e Efraim. Era um intérprete de sonhos. Manassés significa o perdão das aflições na casa do Pai, porque Deus lhe fez esquecer o mal que o fizeram e o fez um homem novo. Seguindo a tradição de Abraão, Isaac, Jacó e José, a benção maior não foi ao primogênito, mas ao segundo filho, tendo Efraim feito uma das maiores tribos de Israel. No Código de Deus, a gratidão e o perdão vêm antes da graça.


A amizade do meu tio e pediatra Flávio Campos e de sua esposa Maria Lúcia com o casal Plínio e Diva era grande e longeva. Flávio chegou a ter uma casa, em Fazenda Nova. Irmão mais velho do meu pai e meu padrinho. Fez o verdadeiro juramento de São Lucas. No final da vida, foi morar, em Fazenda Nova, onde consultava as crianças de forma pro bono. Essa amizade, alargou-se ao meu pai, Maximiano Campos, que teve grandes conversas com Plínio Pacheco, homem de grande cultura, autor da peça Jesus, que é a base do espetáculo.


Vi a alegria da família Pacheco e o espetáculo cheio, quando se celebra 54 anos da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém e a segunda temporada após 2 anos de pausa, ante a pandemia, que gerou muitos prejuízos ao espetáculo, que resistiu.


Na pousada da Paixão, onde estão sepultados Plínio e Diva, extremamente bem cuidada, tem um memorial que mostra a vida desses 2 grandes criadores, que deixaram um legado. Tinha 37 hóspedes interativos, entre outros, que ficam hospedados e também participam do espetáculo como figurantes.


Outro sonho de Plínio que precisa ser ainda finalizado é a conclusão do Parque das Esculturas. Teve o mestre Zé Cotó, que criou escola e deixou muitos discípulos. Um Aleijadinho do Granito.


Miguel Falabella tem um belo artigo sobre Plínio, que foi publicado no Jornal O Globo, que diz que ‘’Seu Plínio furou o mundo. E, agora, penso, parte dele dorme em Jerusalém’’.


A Paixão de Cristo de Nova Jerusalém é um patrimônio do Brasil. Um sonho de pedra, que conta a maior das paixões.


Olinda, 01 de março de 2024.


Antônio Campos

Advogado, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras.

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