Programação intensa na Alepe para marcar o Dia Internacional da Mulher


Durante uma semana, a partir da próxima segunda-feira (11), haverá palestras e oficinas gratuitas em torno de temas que afetam diretamente o dia a dia das mulheres. As inscrições já estão abertas

A Assembleia Legislativa de Pernambuco promove a partir da próxima segunda-feira (11) uma semana de atividades para marcar o Dia Internacional da Mulher, comemorado mundialmente em 8 de março. O “1º Fórum Alepe Mulher” acontecerá de segunda (11) à sexta-feira (15), no auditório Sérgio Guerra, sede da Assembleia, das 9 horas ao meio-dia. 

Durante uma semana, palestras com especialistas nas áreas de educação, mercado de trabalho, saúde mental, legislação, direito e política serão oferecidas gratuitamente às mulheres pela Assembleia Legislativa. 

Além das palestras, a programação do Fórum inclui oficinas e cursos de captação de recursos, oratória, entre outros temas. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas gratuitamente pelo link: 1° Fórum Alepe Mulher | 2024 (even3.com.br)

O painel que abordará o “Enfrentamento à Violência” contará com a participação da primeira mulher beneficiada pela Lei Maria da Penha, Cileide Cristina da Silva. “Pela minha experiência, o que eu tenho a dizer para as mulheres é que não se calem. Não acreditem na promessa de seus companheiros de que eles vão mudar, porque não passa nunca, só piora. Hoje os policiais estão mais preparados para receber esse tipo de denúncia. O mundo inteiro está se mobilizando em torno da violência contra a mulher, não estamos mais sozinhas”, ressalta Cileide.

ABERTURA

A solenidade de abertura do “Fórum Alepe Mulher”, na segunda (11), contará com as presenças de integrantes da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa e das deputadas estaduais Dani Portela, Rosa Amorim, Simone Santana, Delegada Gleide Ângelo, Socorro Pimentel e Débora Almeida. As parlamentares estão à frente da organização do evento e se dividirão nas presidências das mesas de debate.

“O debate sobre a importância das mulheres nos espaços de poder, sobre as condições de atuação na política e no mercado de trabalho, ainda precisa ser reiterado para que efetivamente possamos avançar em nossa sociedade”, defende a deputada Dani Portela. 

“A luta por uma maior participação das mulheres na política é diária. Para se ter uma ideia dessa dificuldade, eu sou a primeira presidente da Comissão de Finanças na história da Alepe”, pontua a deputada Débora Almeida.

SUBNOTIFICAÇÃO

Delegada de Polícia há 15 anos, dos quais nove trabalhou diretamente no enfrentamento à violência contra a mulher, Bruna Falcão será uma das palestrantes do Fórum Alepe.

Assessora do Departamento de Polícia da Mulher de Pernambuco e pesquisadora de inquéritos que investigam mortes violentas de mulheres, Bruna diz que tem havido aumento no número desses registros em todas as delegacias de Pernambuco, embora ainda seja alto o índice de subnotificação. 

“A luta pela erradicação da violência contra a mulher, enraizada numa forte cultura machista, deve ser constante. A difusão dos direitos que a legislação confere às mulheres é medida que precisa ser inserida na educação de todos. Isso certamente repercutirá na redução da violência social”, destaca.

Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa, a deputada Delegada Gleide Ângelo lembra que somente em 1988 a igualdade de gêneros passou a ser reconhecida com a promulgação da Constituição Federal. 

“Entretanto, só há duas décadas os casos de violência doméstica deixaram de ser tratados como crimes de menor potencial ofensivo, ou seja, aqueles cuja pena do agressor era convertida em prestação de serviços ou em doação de cestas básicas. O caminho é longo e combater o preconceito de gênero é um trabalho que envolve Estado, Legislativo, a sociedade como um todo”.

DISCRIMINAÇÃO SALARIAL

Representante feminina na Mesa Diretora da Alepe, a deputada Socorro Pimentel acredita que a iniciativa da Assembleia reforça seu compromisso com os direitos das mulheres para que novas políticas públicas sejam implementadas. 

“Debates que trazem à luz temas como a saúde mental e combate à violência precisam ser discutidos. Da mesma forma que as oportunidades no mercado de trabalho que estão longe de ser equânimes. Pensando nisso é que apresentamos na Alepe o projeto de lei que proíbe a discriminação salarial em razão de gênero. A nossa luta é diária e vamos persistir”.

As deputadas Simone Santana e Rosa Amorim exaltam a iniciativa da Assembleia Legislativa, principalmente pela diversidade dos temas abordados nas palestras. 

“Mais do que um evento, o Fórum é uma oportunidade para debater muitas questões importantes para as mulheres. Temas como nosso direito à vida, já que vivemos uma alta de casos de violência. Somente nos meses de janeiro e fevereiro foram registrados mais de 8 mil casos. É urgente unir a força de nós mulheres parlamentares com o poder público para enfrentar esse cenário”, ressalta a deputada Rosa Amorim.

“Nós, deputadas estaduais, abraçamos o Alepe Mulher e estamos prontas para fazer um evento de sucesso que contribua com a vida das cidadãs pernambucanas”, reforça a deputada estadual Simone Santana. 

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